terça-feira, 2 de julho de 2019

Conto 7

Yosa Buson - Set of screens “Wild Horses” - 1763

TALVEZ 
Conto Taoísta 

Um velho granjeiro chamado Sei Weng, era dono de uma égua conhecida por sua grande beleza. Certa manhã, a égua desapareceu. Percebendo que ela não retornaria, as pessoas do povoado foram oferecer suas condolências a Sei Weng: 

- Essa égua era indispensável a você, que desgraça! - disseram. 

- Talvez! - respondeu o ancião. 

Uns dias mais tarde, para o espanto da vizinhança, a égua regressou seguida por um potro selvagem de grande força e porte. Os vizinhos, então, felicitaram o granjeiro por sua boa sorte. E ele simplesmente disse: 

- Talvez! 

Algum tempo depois, o filho de Sei Weng, enquanto domava o potro, caiu e fraturou a perna. As pessoas da aldeia não sabiam como consolá-lo. 

- Seu filho era de grande ajuda na granja. Que fatalidade! 

- Talvez! - respondeu Sei Weng. 

Após algumas semanas, oficiais militares vieram à vila a fim de convocar todos os jovens ao serviço obrigatório no exército, pois a guerra estava próxima. Os Oficiais, vendo que o filho do velho homem estava com a perna quebrada, acabaram por dispensá-lo. 

Os vizinhos se surpreenderam ante sua boa sorte e disseram: 

- Seu filho foi o único jovem dispensado da guerra. Guerra esta, ao que tudo indica, será longa e nossos filhos talvez não retornem mais. Que sorte a sua! 

O velho Sei Weng, olhando-os nos olhos, disse suavemente: 

- Talvez! 




Caros amigos, 

existem aquelas pessoas que vivem se lamentando pelas dificuldades da vida, enquanto há aquelas que se entregam a uma alegria momentânea como se fosse a última. 

Comportamentos opostos que acabam conduzindo a um mesmo fim: a infelicidade! Seja por se fixarem no infortúnio, ou seja por caírem nas teias da desilusão, já que tudo é transitório. 

Veja: estar aberto a cada situação que a vida nos impõe, agradecendo, aprendendo e crescendo com elas, "talvez" seja a postura daqueles que encontram a felicidade. 

Mantenhamos o equilíbrio e, com gratidão e perseverança, sejamos felizes! 

Boa reflexão!
Sensei Julio Mario





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